Depressão Pós Parto X Baby Blues

O nascimento do bebê é um momento muito esperado pela família, porém alguns sintomas psicológicos podem afetar as mamães, entenda melhor esses sintomas...

fotografia depressão pós parto

A Depressão Pós Parto é um quadro grave que necessita de acompanhamento psicológico e psiquiátrico, a medicação é indicada devido à seriedade dos sintomas. Acomete de 10 a 20% das mulheres, pode começar na primeira semana após o parto e perdurar até dois anos depois.
Segundo Vera Iaconelli (2005), os sintomas são: irritabilidade, mudança brusca de humor, indisposição, doenças psicossomáticas, tristeza profunda, desinteresse pelas atividades do dia a dia, sensação de incapacidade de cuidar do bebê e desinteresse por ele, chegando ao extremo de pensamento suicida e homicida em relação ao bebê.
É relevante citar que estes sintomas precisam aparecer em conjunto e permanecer por vários dias consecutivos para que se possa levantar a possibilidade da depressão.
Vera Iaconelli (2005) aponta alguns fatores de risco para que uma mãe possa vir a desenvolver a depressão: sintomas depressivos durante, ou antes, da gestação, histórico de transtornos afetivos, mulheres que sofrem de TPM, que passaram por problemas de infertilidade, que sofreram dificuldades na gestação, primigestas, mães solteiras, mulheres que perderam pessoas importantes, que perderam um filho anterior, cujo bebê apresenta anomalia, que vivem em desarmonia conjugal, que se casaram em decorrência da gravidez.
O Puerpério é um momento de risco para o psiquismo da mulher devido à intensidade da experiência vivida. O bebê chora desesperadamente, a mãe cansada, muitas vezes com dor, inundada por sentimentos ambivalentes com a transformação na sua vida, não dá conta de atender seu bebê, que consequentemente aumenta o choro. A mãe entra num período de crise/loucura saudável e necessário, mas que ela precisa ter saúde suficiente para enfrentar isso e se recuperar depois.
É importante diferenciar a Depressão Pós Parto da tristeza profunda chamada de Baby Blues. É um quadro benigno a medida que a mulher vai se adaptando a transformação na sua vida, o quadro tende a regredir por si só, por volta do primeiro mês. Acometem 80% das mulheres, os sintomas são irritabilidade, mudança brusca de humor, indisposição, tristeza, insegurança, baixa autoestima, sensação de incapacidade de cuidar do bebê e outros.
A gravidade do quadro e o que tem de incapacitante afetando a funcionalidade da mãe e pondo em perigo seu bem estar e o do bebê que vai diferenciar a Depressão Pós Parto do Baby Blues. A depressão pós-parto é fator de risco para a saúde mental do bebê, já o Baby Blues não, podemos até dizer que é uma forma da mãe mergulhar nesta nova fase de sua vida. A mãe deve ser instrumentalizada com informações e recursos para lidar melhor com este momento.
Alguns bebês produzem sintomas físicos para mostrar que existe uma dificuldade nesta relação mãe-bebê. E se uma mãe não está cuidando de seu bebê, é por que também não está sendo cuidada. Tornar-se mãe é um processo, não é da noite para o dia, a mulher se desenvolve no dia a dia com seu bebê, por isso nem sempre a relação é estabelecida no primeiro momento. Mas para que isto aconteça da melhor forma ela precisa contar com uma rede de apoio.
A partir das considerações acima podemos afirmar que o mais comum é o Baby Blues durante o puerpério e pós-parto, o que é perfeitamente normal, porém as famílias ficam extremamente preocupadas e assustadas com as mudanças na mulher, não sabem como lidar com ela e logo indicam um médico que nem sempre tem a sensibilidade para fazer essa diferenciação, muitas vezes faz uma antecipação do diagnóstico da Depressão Pós Parto.

 Referencia Bibliográfica:
IACONELLI, Vera. Depressão Pós-Parto, Psicose Pós-Parto e Tristeza Materna. Artigo publicado na Revista Pediatria Moderna. Julho-Agosto, v. 41, nº 4, 2005.

fotografia psicologa

Kátia Aparecida Sebastião Sanchez
Psicóloga Perinatal
katiasebastiao@hotmail.com
(19) 33183446 / (19) 997335961

 

voltar